Apedrejando o Mar

Abraçar o mundo nunca foi minha maior ambição, o peso do mundo é demais para os meus braços cansados. Eu quero apenas poder abraçar quem eu amo e sentir de perto o calor, esquecer por um momento como é sentir dor e lembrar da sensação de ter os lábios beijados.

Não importa quanto eu tente, o tempo não vai para e me ensinar a viver, as lições vão vir com os tropeços no caminho e mesmo que machuque ter que me levantar sozinho, enquanto eu estiver de pé não terei do que me arrepender.

A covardia que segura minhas palavras me arranca das mãos todos os sonhos que cultivei, as minhas memórias não passam de injúrias do tempo que vez ou outra ardem me fazendo lembrar cada passo em falso que dei.

Eu invejo os peixes como o enfermo inveja o são, pois vivem livres da maldição de lembrar dos erros que cometeram. Nadam isentos do medo e da desconfiança e em cada embalo de sua dança empurram pro fundo do mar cada vestígio dos dias que já viveram.

Abração do Juca

1 pitacos:

Cláudia I, Vetter disse...

Fantásticas palavras; tocaram no meu âmago dizendo as palavras que o meu silêncio não ousou manifestar.
As vontades imensas dentro da gente em verdades que não cicatrizam a vontade de viver.

Pois é sempre uma ferida, a latência do seguir...

Belíssimo, rapaz!

Beijo, até mais!

;)